Para Refletir

terça-feira, 20 de outubro de 2015

O maior inimigo da mulher: o seu lado feminino


O feminino é alvo de descrédito e preconceito, inclusive entre as mulheres.
Chamar alguém de “mulherzinha”, no fundo remete a uma qualidade do feminino que vem sendo relegada ao aniquilamento com todas as forças: a vulnerabilidade.
A energia feminina, em essência, é o símbolo da vida em expansão, daquilo que brilha e se movimenta intuitivamente com leveza e sensibilidade. O feminino flui com grande desenvoltura e vivacidade por onde passa.
O grande dilema é que as qualidades do masculino, tão importantes quanto as do feminino vêm ganhando muito mais espaço no mercado do trabalho do que o feminino. A capacidade analítica (operada pelo lado esquerdo do cérebro) de descodificar dados, organizar informações, gerenciar ações complexas e direcionar projetos são mais evidentes na mente racional do masculino.
O feminino apesar de utilizar todos esses recursos possui uma vantagem extra pois conecta-se com elementos mais sensíveis, imaginativos e emocionais presentes no cérebro direito (graças à maior quantidade de sinapses presentes no corpo caloso do cérebro feminino).
No entanto, para que essas vantagens do feminino operem na vida de uma mulher é preciso exercício constante.
O feminino causa desconforto tanto para homens como mulheres exatamente porque não possui um padrão previsível e analisável de comportamento. Ele é essencialmente inconsciente, subliminar, onírico, mágico, emocional, conectado em forças que não são captadas facilmente com um exame racional e superficial.
O nível de profundidade que a percepção feminina proporciona também expõe as pessoas a um risco – conhecer camadas mais densas da realidade.
Esse confronto com as dores, fragilidades, traumas e bloqueios pode fazer a pessoa mais corajosa tremer das pernas.
Por essa razão o feminino sempre foi exorcizado como fonte de desacordo ou algo demoníaco.
O demónio que a igreja quis ocultar ou extirpar não era o sexo, mas o feminino e suas lógicas peculiares.
O feminino é como uma força da natureza, indomesticável, incontrolável e livre.
Quando uma mulher abdica de sua feminilidade para procurar posicionamentos na vida essencialmente masculinos, ela desconecta-se da sua fonte vital. Fica num embate constante consigo, infeliz e sem um sentimento legítimo de fluidez. O seu corpo reage em forma de doenças, as suas emoções congelam e ela não consegue relacionar-se com a mesma desenvoltura de antes.
A diminuição do uso da energia feminina faz com que seja uma mulher mais temperamental, crítica, raivosa e desequilibrada.
Uma mulher verdadeiramente conectada com a energia feminina não possui descompassos tão grandes na fase de TPM. Ela já está habituada a navegar nos mares tumultuados e contraditórios que as emoções evocam.
Medo, amor, alegria e êxtase são formas correntes de funcionamento. Essa mulher conectada com a sua dimensão feminina mais profunda simplesmente irradia presença onde quer que entre.
Frente às outras mulheres sabe estabelecer conexão imediata, de coração para coração, sem jogos ou inveja, ela inspira o feminino saudável que habita o coração delas.
Diante dos homens não cria oposição, discórdia e nem se deixa inibir ou seduzir facilmente por um homem que não seja emocionamente maduro. Não cai em truques porque está livre de sentimentos de dominância e submissão. Não precisa explicar ou justificar as suas fragilidades, apenas se deixa manifestar.
Ancorada na sua feminilidade não disputa, argumenta ou impõe-se ao masculino, mas compartilha dos benefícios dessa parceria e complementaridade.
Uma mulher madura nesse estágio está em contacto com a mais subtil das suas vulnerabilidades. Ligada nessa abertura plena em que tudo se manifesta, ela pode estar onde e com quem quiser, sem temor.
Qualquer cenário estará à disposição do feminino porque a sua alma é espelho onde se refletirá a alma do mundo.

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