Para Refletir

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Pare de carregar a mala dos outros!


Você acredita que carrega malas alheias? Vamos fazer um exercício? Como é que você reage quando o seu filho não quer fazer a faculdade? Quando a sua filha quer morar sozinha? Ou quando alguém não consegue arrumar a própria mala para a viagem de férias, perde a hora do trabalho com frequência, gasta mais do que o ganha… e muitas coisinhas mais que vão fazendo com que você corra em desvario para tapar buracos que não criou e evitar problemas que não afetam a sua vida diretamente? Não afetam a sua vida, mas afetam a vida de pessoas queridas, então, você sai a correr e pega todas as malas que estão jogadas pelo caminho e coloca-as no seu lombo (a expressão "lombo" até cai muito bem, não acha?) e a sua mala, que é a única que você tem a obrigação de carregar, fica lá, num canto qualquer da estação.

Repetindo, a sua mala, que é a única que você tem obrigação de carregar, fica lá jogada na estação! Temos uma jornada e um propósito aqui neste planeta e quando perdemos o foco, passamos a executar os propósitos alheios.  A estrada é longa e o caminho muitas vezes esgota-nos, pois o peso da carga que nós nos atribuímos não é proporcional à nossa capacidade, à nossa resistência e o esgotamento aparece de repente. Esse é o primeiro toque que a vida nos dá, pois, quando o investimento não é proporcional ao retorno, ou seja, quando damos muito mais do que recebemos na vida, nos relacionamentos humanos ou profissionais, é porque certamente estamos a carregar pesos desnecessários e inúteis.

Quando olhamos para um novo dia como se ele fosse mais um objetivo a cumprir, chegou a hora de parar para rever o que estamos a fazer com o nosso precioso tempo. O peso e o cansaço tornam-nos insensíveis à beleza da vida. É o peso da mala que nos deixa assim empedernidos!

Quanto é que ela pesa? Quanto sofrimento carregamos inutilmente, dentro da nossa mágoa, preocupação, controlo, ansiedade, excesso de zelo, tudo o que enfraquece a nossa energia vital? E o medo, o que ele faz connosco e quanta coisa ele cria que muitas vezes só existe dentro da nossa cabeça?  Sabe que às vezes temos tanto medo de olhar para a própria vida que preferimos tomar conta da vida dos filhos, do marido, do pai, da mãe, dos irmãos… E a nossa mala fica na estação… Este é o momento! Vamos identificar essa bagagem: ela é sua?

Ótimo! Então, é hora de começar uma grande limpeza para jogar fora o lixo que não interessa e caminhar mais leve. Agora, se o excesso de peso que você carrega vem de cargas alheias, chegou a hora de corajosamente devolvê-las aos interessados. Não se intimide, tampouco fique com a consciência pesada por achar que a pessoa vai sucumbir ao fardo excessivo. Pelo contrário, nesse momento você estará dando-lhe a oportunidade de aprender a carregar a própria mala.

A vida assim compartilhada fica muito mais suave, pois os relacionamentos com bases mais justas e equânimes acabam por se tornar mais amorosos, sem cobranças e a liberdade abre um grande espaço para a cumplicidade e o afeto. Onde está a sua mala?

CT

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