domingo, 27 de dezembro de 2015
Estrelas no Céu
O planeta Terra é a nossa nave espacial, porque viaja através do espaço. É nossa casa maior, já que habitamos sobre ela.
Conhecer o caminho do nosso planeta é também conhecer o nosso caminho, e o sentido de orientação que esse conhecimento nos traz produz uma sensação de paz dentro de nós.
O físico, a matéria, é a manifestação da energia que a contém, do espírito.
O intuito é associar coisas que aparentemente não têm ligações, e demonstrar que tudo está interligado, que a vida é um tecido único que envolve tudo e todos.
O Céu é fonte de inspiração e de rumo permanentes para a humanidade: foi olhando para o Céu que a humanidade chegou até aqui.
Mas o advento das luzes artificiais, que nos trouxe tanto conforto, e os novos hábitos que a eletricidade introduziu, esmoreceu o fulgor do Sol, apagou o brilho do céu noturno nas grandes cidades e há muito deixamos de contemplar o Céu.
Esquecer de olhar o céu é deixar de alimentar os nossos sonhos mais íntimos, e que nos impulsiona a amar mais a Criação da qual fazemos parte. E que nos faz recordar que "na casa do Meu Pai há muitas moradas"…
A humanidade sempre teve os seus exponenciais, que compreendiam esses significados velados.
Agora, é preciso que se revele amplamente, para que finalmente possamos evoluir como um todo e criar junto com o Céu a sociedade que sonhamos.
"O ser humano livre tem os pés no chão, e os olhos nas estrelas…
– Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!
– E eu vos direi, no entanto,
– Que para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-Láctea, como um pálio aberto, cintila
E, ao vir do Sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: - Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem, quando estão contigo?
E eu vos direi:
– Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e entender estrelas."
Olavo Bilac, 1865 – 1918
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