quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Cigana Dara
A Cigana Dara foi uma pessoa que necessitou de lutar muito para alcançar os seus objetivos. Porém, com a experiência astral da sua vida pregressa, ela considera cada obstáculo um desafio a ser superado. Sempre diz que é do mundo, pois seu acervo de magia é tão grande quanto o seu coração. Teve uma vida muito difícil!
Quando ainda no astral, Dara queria, implorava para voltar à terra. Tinha muito a fazer por aqui. Sentia falta de tudo aqui. Retorna numa família em que a magia era tão normal quanto abrir os olhos.
Começa a vivência como cigana. E assim nasce Dara. A sua família era sabedora de muitas magias, de como manipular os elementos, magias brancas, negras, impostas, naturais, de círculos... As mulheres eram magas, algumas vezes virtuosas, mas na maioria das vezes vaidosas, o que comprometia toda a manipulação, quase sempre deixando a parte negra falar mais alto.
Morava com a sua família numa kumpania, que ficava numa sesmaria portuguesa, local ermo que foi recebido para ser cultivado; porém lá cultivava-se apenas ervas mágicas e feitiços diversos. Nem mesmo a Igreja ou o Reinado se dispunham a incomodá-las diante do pavor que distribuíam gratuitamente. Elas viviam afastadas, mas eram procuradas por discretas seges fechadas, para encomendar feitiços para os mais abastados. E assim, na base do ganho de muito dinheiro, sobreviviam em sociedade fechada e oculta. Noutras vivências tinha ela deixado para trás muitos débitos astrais. Possuidora de muitas informações sobre magia, assim seguia no seu caminhar, aprisionando espíritos incautos, impuros, sedentos, viciosos e perdidos. Ela conhecia orações malignas, que serviam tanto para encastoar pedras quanto para atingir pessoas que estivessem longe.
Um dia, um padre de má índole tanto enredou Dara com o seu charme e virilidade, que ela, em plena idade procriadora (17 anos apenas), se entregou. Com o passar dos meses, o fruto do seu ventre nasceu, sob a lua da Sexta Feira Santa. Na época em que seu filho nasceu, foi instaurada a Santa Inquisição e os Tribunais do Santo Oficio estavam mais ativos do que nunca. Duas irmãs já tinham sido levadas à fogueira. Este padre propunha-lhe então proteção, desde que ela fizesse com que ele chegasse ao poder com as suas magias. Trato feito! Esperou-se então a Lua Cheia e em reunião decidiram que armas mágicas utilizar. Fizeram uma reunião onde usaram a força do menino, expondo-o na mesa onde era feita a magia. Assim posto, dito feito, em 9 luas, o padre chegou a ser designado para auxiliar as mais altas autoridades do clero, com lugar de destaque, deixando para trás muitos outros sacerdotes preparados. Pela primeira vez, o desespero tomava conta de Dara, e como castigo do Pai Eterno, ela começou a ter muitos sonhos com o filho que havia parido. Aos poucos, todas as irmãs foram capturadas pela Santa Madre Igreja, restando a Dara esconder-se como bicho até conseguir encontrar-se com o eclesiástico. Estando com ele, cobrou-lhe a proteção; ele apenas riu e expulsou-a. Ao sair, foi denunciada e logo presa pelo Tribunal, foi levada à fogueira, retornando mais uma vez ao astral, tendo falhado na missão que era manipular os elementos para sanar os sofrimentos alheios.
Por isso, hoje, no astral, Dara, encanta quem a vê trabalhar, usando os elementos numa linha pura e cheia de amor, tentando sanar os sofrimentos das pessoas. Seu ditado favorito é: “Toda a moeda tem dois lados.”
CT
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