Para Refletir

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A mãe que tem de aceitar que o filho matou 13 pessoas e se suicidou a seguir

"Dezassete anos passados, Sue continua a perguntar-se: "Será que eu podia ter feito algo para evitar isto?". E conforme escreve no novo livro, tem uma tarefa exigente pela frente: "Perdoar-me"."


Link da notícia: http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-02-15-A-mae-que-tem-de-aceitar-que-o-filho-matou-13-pessoas-e-se-suicidou-a-seguir

Enquanto Terapeuta Multidimensional, posso assegurar-vos que toda a terapia, como eu a compreendo, tem de ir em direção à fonte. Para cada um de nós, a fonte é, antes de tudo, os nossos pais. Se nós estamos conectados com eles, estamos conectados com a nossa fonte. Uma pessoa que está separada dois seus pais, está separada da sua fonte. Quem quer que esses pais sejam, como quer que eles se comportem, eles são a fonte de vida para nós (filhos). Assim, o principal é que nós estejamos conectados aos nossos pais de tal forma que aquilo que vem deles para nós possa fluir livremente e, através de nós, para aqueles que vêm a seguir.
Há quem lhe chame muitos nomes, os nomes não serão assim tão importantes, a meu ver, mas concordarão comigo quando afirmo que estamos conectados com uma força maior. Essa força maior é plena de sabedoria e está ativamente a orientar-nos para uma meta. Nós podemos vê-la numa família. Todos os membros da família agem como se guiados pela mesma força ou pela mesma consciência, como se todos tivessem uma consciência comum. Isto é porque nós estamos conectados com as pessoas do passado que tiveram um destino especial.
Por outras palavras, se, digamos, alguma injustiça foi cometida para com eles, nós podemos estar, agora, emaranhados com eles. Como é isto possível? Como é possível que a injustiça feita para alguém, no passado, seja tomada por outros membros da família que jamais conheceram essa pessoa? Como pode essa segunda pessoa ser compelida a reparar uma injustiça feita na geração anterior? Tem de haver uma força comum que atua sobre eles.
Eu creio que só podemos viver como seres humanos se estamos sempre conectados com alguma coisa fora de nós. Qualquer troca com o ambiente tem de ser guiada por alguma coisa que nos une, o ambiente e nós, de tal forma que podemos interagir de uma forma integrada. A evolução é movida por uma constante troca, e há uma força que guia, que empurra a evolução para a frente. Esta força maior chamamos de "alma".
Quando eu trabalho aqui, eu tenho de estar em contacto com essa alma maior. Essa alma guia-me de tal forma que eu possa estar em sintonia com a outra pessoa. Tão logo eu estou em sintonia, eu posso trabalhar com ele ou ela e fazer exatamente aquilo que é necessário no contexto particular dessa pessoa. Dessa forma, eu não estou apenas a pensar no que é certo, eu não estou a teorizar acerca disto, eu acho os próximos passos necessários, pois estou em sintonia com a pessoa.
A alma tem diferentes dimensões. Aquilo que eu vou falar agora são imagens construídas para apenas tocar uma ideia, não são a verdade em si, mas algumas observações sugerem que se pensamos nesses termos ou imagens, mais facilmente compreendemos o que acontece na terapia.
O nosso corpo é mantido unido por uma força comum. Todo o metabolismo é dirigido por algo que sabe aquilo que é correto. Não é uma força cega que dirige o que acontece no corpo. Essa força tem uma direção. Essa força é a alma. A alma mantém os órgãos juntos e guia-os de uma determinada forma, e assim a vida é preservada e continua. Esta é a minha noção de alma com respeito ao corpo.
A família como um todo é também guiada por uma alma comum, a alma da família. Nós podemos ver o quão longe esta alma alcança, nós podemos descobrir a fronteira dessa alma. E assim podemos perceber quem se encontra incluído ou excluído dentro da alma desta família.
Quem pertence à alma da família? Primeiro, as crianças, todas elas. Mesmo aquelas que nasceram mortas estão incluídas. Frequentemente, crianças abortadas, mesmo se foram abortos espontâneos, também são incluídas. A seguir, os pais, seus irmãos e irmãs pertencem a esse grupo, assim como os avós e algumas vezes os bisavós. Esses são os parentes de sangue que são incluídos dentro da alma da família.
Além do mais, há outras pessoas incluídas na alma da família que não são parentes. Aqueles que abriram caminho para que alguém entrasse no sistema. Por exemplo, os parceiros anteriores de um dos pais ou avós, que por sua morte ou divórcio, abriu espaço para uma outra pessoa entrar nesse sistema; a nossa própria mãe ou pai talvez, ou nossa avó ou avô. Aqueles que abriram espaço pertencem à família, pois contribuíram para esse sistema em particular. Todas as vítimas que sofreram nas mãos de um membro da família, também pertencem a esse sistema. Se há vitimas na família, (por exemplo, na Alemanha, as vítimas do holocausto) é claro que essas vítimas pertencem à família, mas os seus assassinos também pertencem ao sistema da família. Somente quando os agressores são incluídos, a família pode encontrar paz.
O que significa incluir os agressores? Eles precisam de ser amados como seres humanos, nós não podemos excluí-los através das nossas justificativas morais. Eles, também, mesmo que isso nos pareça horrível, estão a seguir as suas consciências. Eles estão ligados ao seu grupo e, aquilo que fizeram foi feito a serviço do seu grupo, muito frequentemente com uma boa consciência. Deste modo, eles são, de certa forma, não muito diferentes das suas vítimas. Nós podemos ver, através da Terapia Multidimensional ou Constelações Familiares que as vítimas só encontram paz se os agressores são aceites por elas como iguais. E os agressores só encontram a paz se eles se posicionam ao lado das suas vítimas.
Todos os seres humanos são guiados por uma força que está além deles mesmos. O que quer que uma pessoa faça, seja o bem ou seja o mal, tem que ser visto não apenas como a sua própria responsabilidade (embora ela tenha uma certa responsabilidade), deve ser entendido dentro de uma visão mais ampla, onde atuam forças maiores.
Como devemos lidar com essa força maior? Nós temos que nos curvar diante dela, em profunda reverência e sermos muito humildes. Então, estaremos unidos àquilo que eu chamo, a Grande Alma. Em conexão com esta Grande Alma seremos capazes de fazer o trabalho aqui.
A Terapia Multidimensional é uma terapia de cura energética que trata dos assuntos relacionados com a Alma! E o coração cura a alma!

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