Para Refletir

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Companheirismo

Muita gente está assustada com a possibilidade de se envolver e perder a liberdade conquistada.


Se queremos viver um relacionamento gostoso, porém verdadeiro, seja no casamento, namoro, ou em poucas horas, devemos aprender a aceitar-nos como somos e olhar para o companheiro como um caminho para o crescimento. Estar com alguém plenamente é a possibilidade de vencer o medo da entrega e de se conhecer no íntimo.

Conviver com alguém que amamos é o mesmo que comprar um imenso espelho da alma no qual, cada um de nossos movimentos é mostrado, sem a mínima piedade. E é aí que começa o inferno… Ao invés de encarar a verdade e de ver a imagem temida do verdadeiro “eu”, tenta-se quebrar o “espelho”. Como? Fugindo da intimidade, culpando o outro, e desacreditando o amor.

Viver com quem se ama não é apenas uma oportunidade de conhecer o outro, mas é a maior oportunidade de entrar em contacto consigo mesmo. Começamos, então, a capacitar-nos para o amor. A única forma de amar é procurando a sinceridade.

Temos de redescobrir a naturalidade do relacionamento amoroso. As pessoas precisam de ter interesse genuíno no outro.

Todas as maneiras de amar devem ser naturais. Quem estuda demais o outro, “mata” a possibilidade de amar alguém. O mundo é feito de absurdos e encontros, os absurdos fazem parte, porém, devemos entender que é possível ser feliz, acreditando dia-a-dia na naturalidade dos sentimentos.

Um dia, perguntaram a um grande mestre quem o havia ajudado a atingir a iluminação; e ele respondeu: “Um cachorro”. Os discípulos, surpresos, quiseram saber o que havia acontecido, e o mestre contou: “Certa vez, eu estava olhando um cachorro, que parecia sedento e se dirigia a uma poça d'água. Quando ele foi beber, viu sua imagem refletida.

O cachorro, então, fez cara de assustado, e a imagem o imitou. Ele fez cara de bravo e a imagem o arremedou. Então, ele fugiu de medo e ficou observando, durante longo tempo, a água. Quando a sede aumentou, ele voltou, repetiu todo o ritual e fugiu novamente.

Num dado momento, a sede era tanta que o cachorro não resistiu e correu em direção à água, atirou-se nela e saciou sua sede. Desde então, percebi que, sempre que eu me aproximava de alguém, via minha imagem refletida, fazia cara de bravo e fugia assustado. E ficava, de longe, sonhando com esse relacionamento que eu queria para mim. Esse cachorro me ensinou que eu precisava entrar em contacto com minha sede e mergulhar no amor, sem me assustar com imagens que eu ficava projetando nos outros”.

Esse é o ingrediente básico para o amor, o autoconhecimento. Projetar os nossos desejos ou as nossas “fobias” no outro, apenas causa uma relação de dependência ou doentia, como o desenvolvimento do ciúme ou competição.

CT

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