segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
O Fim de Uma Relação
“Que seja eterno enquanto dure”, diz nosso querido Vinícios de Morais.
Sabemos que tudo tem início e fim, mas na hora H, dói. Separar faz romper não só com o outro, mas com algo dentro de nós que fez amar o outro.
Na realidade rompemos connosco, projetando no outro que amamos um dia.
É uma loucura a nossa psique; daí, loucura, as relações humanas.
Quase sempre pensamos que o outro rompeu connosco. Na realidade esquecemos os jogos que fazemos para o outro romper connosco. Isto mesmo. Elegemos as separações para nos libertarmos de algo que nos escravizava.
O fim de uma relação pode ser uma boa altura para uma reflexão sobre nós mesmos. Tempo para caminhar ao nosso lado e nos fazermos amigos deste que muitas vezes deixamos de lado: o Eu.
Fim de uma relação, muitas vezes, é um ato de coragem. De dizer não às rotinas, às brigas, às mesmices, sem medo de sair do comodismo de se abrir a novos encontros.
Romper pode ser início de união do si-mesmo com o ego. Do eu comigo mesmo.
A dor no início da separação faz parte do ritual do desapego. Diz Nietzsche: "O que não nos mata, nos fortalece". A dor pode fortalecer, pois nos coloca diante da angústia existencial. Por que não podemos sentir dor? Ela faz parte dos que pensam. Fugir da angústia empobrece nossa alma. Somos seres da angústia.
Pensar no ficar sozinho, na liberdade de ir e vir, nas múltiplas implicações do fim da relação pode ser um belo exercício de autonomia. Ai, quantas coisas boas e ruins num só ato de vida.
O fim de uma relação é vida acontecendo. Coisas de gente que se permite ir fundo no amar e odiar. Enfrentar a luz e a sombra. Morrer e nascer.
O bom de tudo é que o tempo passa e tudo começa outra vez. Uma nova paixão chega; por outro ou por outras coisas. E o riso vem, mostrando que aquilo que parecia trágico era apenas um pequeno ponto do oceano da vida!
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