Contrariamente ao que a maioria dos mortais pensa, o Deficit
de Atenção não diz respeito à falta de concentração por falta de empenho ou um
comportamento indisciplinado resultante da educação dada pelos pais.
Se os pais de crianças sem Deficit de Atenção se empenhassem
da mesma forma que os pais de crianças Hiperativas na educação dos seus filhos,
todos eles seriam uns génios, super bem educados e extremamente organizados.
Educar ou viver com alguém com Deficit de Atenção é um
desafio enorme e os familiares, amigos e colegas de pessoas com Deficit de
Atenção deveriam de receber o devido mérito.
O Deficit de Atenção também não é uma condição psicológica relacionada
com o facto de que se uma pessoa realmente quisesse era pontual e organizada ou
que passa com a ajuda de um psicólogo.
Pedir a uma pessoa com Deficit de Atenção para se concentrar
e organizar é a mesma coisa que pedir a uma pessoa com miopia para se esforçar
mais e tentar ler sem óculos ou pedir a um coxo para correr mais depressa.
É impossível e está fora do controlo da pessoa com Deficit
de Atenção.
O Deficit de Atenção é uma condição física que se
caracteriza pelo subdesenvolvimento e mau funcionamento de certas partes do
cérebro, nomeadamente:
- Lobos Frontais
- Corpo Caloso
- Gânglios da Base ou Núcleos da Base
- Cerebelo
- Sistema Dopaminérgico - Falta de e/ou Recaptação Precoce da Dopamina
- Sistema Noradrenérgico - Falta de e/ou Recaptação Precoce da Noradrenalina
Mas também pela menor e menos eficaz atividade elétrica,
menor circulação sanguínea no cérebro e má gestão da glucose que é o principal
combustível do cérebro.
Tudo isto leva a que haja uma má comunicação entre
neurónios, má comunicação e falta de sincronização entre as várias partes do
cérebro.
O Deficit de Atenção é uma condição que apresenta 3
sintomas:
- Desatenção ou Distração
- Deficit de Atenção
- Impulsividade
E tem 3 subtipos:
- Predominantemente Desatento
- Predominantemente Hiperativo
- Combinado Desatento + Hiperativo – O mais comum
O Deficit de Atenção é atualmente a “desordem mental” mais
diagnosticada em crianças, estimando-se que 5 a 10% de todas as crianças sejam
Hiperativas.
As estatísticas indicam que cerca de 40% das crianças
diagnosticadas deixam de ter sintomas durante a adolescência, ou seja o
cérebro, com a ajuda de fatores ambientais, “encontra o caminho” para o normal
desenvolvimento. Não será só isto, atenção!
Resumindo e concluindo, o Deficit de Atenção, no jovem,
exprime-se por uma tendência excessiva para a distracção. Manifesta-se, muitas
vezes, de uma forma insidiosa, embaraçosa, selectiva e ocasional. Aparece mais
com os constrangimentos pedagógicos e educativos à medida que a criança cresce
e avança na idade.
Analisando este bloqueio emocionalmente, tenho constatado
que o Deficit de Atenção é causado, em grande parte, pela ferida da rejeição.
Uma criança que sofre de rejeição é levada a rejeitar tudo o que não lhe interessa
e tem uma grande facilidade em fugir para o seu mundo imaginário. Conhecem a
expressão “está na lua”? Pois trata-se disso mesmo! Pode fugir desta forma
imensas vezes durante o dia, durante alguns segundos ou mais tempo. A criança
foge porque se sente rejeitada no que é. A fuga ajuda-a a sofrer menos.
Aquela criança muito ocupada a pregar partidas e a distrair
os outros desenvolve uma grande excitabilidade, que pode passar por hiperatividade.
Na realidade, ela é hiperexpressiva e sofre mais de abandono do que de
rejeição. Podemos reconhecer uma criança hiperexpressiva pela sua capacidade em
ficar muito atenta quando uma atividade lhe interessa. O hiperativo não
consegue ficar quieto, ainda que a atividade lhe interesse. Não sou apologista
da medicação em ambos os casos. É possível superar estes bloqueios através da Terapia,
por exemplo.
Quem sofre a dor da rejeição julga que nada vale, que é um
zero à esquerda. É-lhe difícil acreditar no seu direito de existência,
acreditar que é diferente. Uma criança que pensa que ninguém se preocuparia se
desaparecesse de casa, da escola ou mesmo do planeta, sofre muito! Acreditem
que sofre! Esse sofrimento leva-a a fugir à sua vida normal recorrendo a
diversos meios.
A criança hiperactiva vive a dor da rejeição com o progenitor
do mesmo sexo. Esta criança tem necessidade de reconhecer e de aceitar que esse
progenitor faz tudo o que pode de acordo com aquilo que é. Viveu, em geral, o
mesmo género de rejeição com o seu progenitor do mesmo sexo. É-lhe impossível
dar o que não recebeu. A criança deve também reconhecer que ela própria rejeita
esse progenitor. Ambos têm interesse em ter mais compaixão um pelo outro.
A criança hiperexpressiva vive a sua dor de abandono com o
progenitor do sexo oposto. Julga que este último não lhe dá atenção suficiente.
Só pode amar-se através da atenção que recebe. Desde que esse progenitor se
ocupe mais de alguém do que dela, ou dá mais atenção a uma actividade – o seu
trabalho, por exemplo – do que a ela, sente-se abandonada e julga logo que não
a ama suficientemente.
A criança torna-se, assim, hiperexpressiva devido à
necessidade crónica de atenção. Prefere mesmo ser repreendida, ficar doente ou
até ter um acidente (o que lhe traz atenção) do que sofrer de solidão. Esta criança
tem necessidade de compreender que é uma pessoa amável e amada ainda que nem
sempre lhe dêem atenção. Deve igualmente reconhecer que o seu progenitor do
sexo oposto faz o que pode, uma vez que viveu certamente a mesma dor de
abandono com o seu progenitor do sexo oposto.
Não são situações fáceis de lidar, mas há solução, desde que
a cura seja desejada! O meu trabalho enquanto Terapeuta Mutidimensional passa
por harmonizar estes bloqueios de uma forma amorosa. Tudo está dentro e quando
a cura é feita internamente, no coração, a paz dá-se ao seu redor!
Com amor e gratidão,
Eu Sou
Carla Tavares, Terapeuta Multidimensional